Transição INAMAR–ITRANSMAR: Funcionários excluídos submetem petição ao PR para integração

 Um grupo de funcionários do Instituto Nacional da Marinha (INAMAR), que ficou de fora do processo de transição para o recém-criado Instituto de Transporte Marítimo (ITRANSMAR), submeteu, esta segunda-feira, uma petição ao Presidente da República, solicitando a sua integração na nova instituição.

A decisão surge após várias tentativas fracassadas de diálogo, a última esta segunda-feira, em Maputo, com as direcções do INAMAR e do ITRANSMAR, num processo que os trabalhadores consideram pouco transparente, marcado injustiça e favoritismo.

“Fomos ignorados durante todo o processo. Tentamos dialogar, pedimos esclarecimentos, mas nunca houve abertura para o efeito, sempre, limitaram-nos para falar nos encontros, como foi o caso de ontem (segunda-feira). Agora somos obrigados a aceitar funções que nada têm a ver com o nosso perfil”, afirma um dos funcionários afectados, sob anonimato.

Segundo os queixosos, a reunião realizada esta semana, em Maputo, entre os trabalhadores excluídos e os líderes das duas instituições, agravou o clima de tensão. Os funcionários denunciam que não houve espaço para debate nem explicações claras sobre os critérios usados na selecção dos quadros que transitaram para o ITRANSMAR.

“O ambiente era de total indiferença. Os presidentes comportaram-se como se estivessem acima de qualquer questionamento”, disse uma funcionária, visivelmente indignada.

A indignação dos trabalhadores aumenta considerando que o ITRANSMAR lançou um concurso público para novas admissões, mesmo com técnicos experientes, até então no activo no INAMAR, deixados de fora do processo de transição.

“Isso prova que a exclusão foi deliberada. Há um concurso a decorrer, enquanto nós, com experiência e formação no sector, somos simplesmente descartados”, denunciou outra funcionária.

Para os excluídos, o processo de reestruturação do sector marítimo está a ser conduzido com critérios duvidosos, alimentando suspeitas de interesses particulares e clientelismo. Eles também questionam a criação de múltiplas instituições com funções semelhantes, o que, no seu entender, apenas agrava a desorganização no sector.

“Não faz sentido termos duas ou três instituições a fazer a mesma coisa. Isso só cria confusão e espaço para manobras políticas que penalizam os técnicos que sempre trabalharam com dedicação”, conclui um dos queixosos.

Diante do impasse, os trabalhadores agora depositam esperança na intervenção do Presidente da República, Daniel Chapo, a quem apelam através de uma petição de três páginas para garantir justiça, equidade e respeito pelos direitos dos funcionários lesados neste sector.

Na petição, os queixosos dizem que esperam resultados concretos sobre “a transferência integral imediata dos 103 funcionários restantes, totalizando os 180 profissionais originais da Marinha Mercante,  que a decisão seja tomada sem interferências, volte a ser plenamente operacional, contribuindo activamente para a economia, segurança dos transportes marítimos e reposição do pagamento do subsídio de serviço marítimo, como um acto de justiça e restauração da dignidade profissional”.

Fonte: O país.



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