Netanyahu volta a enganar-se sobre os reféns, famílias exigem "explicação"
Benjamin Netanyahu espera "terminar a guerra em Gaza muito em breve, com a ajuda do Presidente Trump"
Em entrevista a Ben Shapiro, comentador político conservador norte-americano e apresentador de um popular podcast, Benjamin Netanyahu afirmou: “O que começou em Gaza vai terminar em Gaza, com a libertação de 40 dos nossos reféns — 46, afinal; 20 estão vivos”. A frase tenta fechar um ciclo. Em vez disso, abre outro: o da aritmética falhada que acompanha o dossiê dos reféns.
É que segundo dados oficiais israelitas, estão 48 reféns em poder de grupos na Faixa de Gaza, incluindo 47 dos 251 sequestrados a 7 de outubro de 2023. Entre os reféns contam-se pelo menos 26 corpos confirmados pelo IDF; 20 estarão vivos e há graves receios quanto a dois outros. Entre os corpos está o de um soldado morto em 2014.
Entretanto, o Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos já exigiu uma "explicação" ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Há 48 reféns em Gaza. Para nós, e para o povo de Israel que há dois anos sai à rua semana após semana, cada um deles é um mundo inteiro. Cada um deles tem de regressar a casa — os vivos para reabilitação e os mortos para serem sepultados na sua terra", acrescentam, lembrando que estes reféns foram raptados "sob a sua responsabilidade" - "sua", leia-se, de Netanyahu.
Não é a primeira imprecisão de Benjamin Netanyahu: em agosto, o primeiro-ministro comprometeu-se com “a libertação de todos os vinte” — quando então havia 50 reféns.
Na mesma entrevista a Shapiro, e questionado sobre o plano do Presidente dos EUA, Donald Trump, para terminar a guerra, Netanyahu disse ter “virado a pressão” internacional para o Hamas aceitar um acordo. Defendeu ainda a expansão dos Acordos de Abraão e novos entendimentos com países de maioria islâmica, mas sublinhou que “primeiro é preciso terminar a guerra em Gaza” — algo que espera alcançar “muito em breve, com a ajuda do Presidente Trump”.
Fonte: CNN.
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