Moçambique regista baixo armazenamento de água
Moçambique tem apenas 30% da capacidade necessária para armazenar água anualmente, o que agrava a vulnerabilidade do país face às mudanças climáticas. Para mitigar o problema, o Governo diz que está a investir em infra-estruturas e a modernizar os mecanismos de previsão e resposta a cheias e secas, tendo como meta aumentar o acesso à água potável dos actuais 62% para 68% até 2029.
A baixa capacidade de armazenamento de água estimada em 59,2 mil milhões de metros cúbicos, correspondente a 30% do escoamento médio anual, aumenta a vulnerabilidade do país às intempéries, segundo o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.
“O que evidencia a vulnerabilidade do país, face aos fenómenos extremos, face à capacidade de retenção da água que cai das chuvas, que são necessárias no período de estiagem, no período das secas”, disse Fernando Rafael, Ministro das Obras Públicas, habitação e Recursos Hídricos.
Para enfrentar o cenário, o Governo aposta na construção e reabilitação de infraestruturas hidráulicas. “É neste contexto, que o Governo está empenhado na construção e reabilitação de infra-estruturas hidráulicas estratégicas, como barragens e pequenas represas e sistemas de retenção com impacto directo no sector produtivo, em especial na agricultura e na indústria. A materialização dessas acções irá contribuir para o aumento da segurança hídrica, dinamizar a actividade agrícola, abeberamento de animais, proteger famílias, infra-estruturas sociais e económicas, para uma melhor resposta aos efeitos climáticos”, disse o ministro.
Neste quinquênio, mais de 10 milhões de moçambicanos poderão ver o acesso à água melhorado até 2029. Para materializar o plano, o Governo pretende construir 154 novos sistemas e efectuar 133 mil novas ligações domiciliárias, reabilitar três estações de tratamento de águas residuais e lamas fecais.
“A conjugação dessas acções permitirá expandir o acesso à água potável, com vista a incrementar a cobertura nacional de abastecimento de água dos actuais 62 para 68, e do saneamento dos actuais 37 para 47, no final do presente quinquénio, beneficiando adicionalmente 5.6 milhões de pessoas à escala nacional”, explicou.
O Executivo pretende igualmente criar um instituto público que irá se encarregar pelas obras públicas e garantir maior especialização e eficiência no sector de abastecimento de águas.
Enquanto isso, o Governo trabalha em colaboração com a Tanzânia e o Malawi para garantir uma gestão sustentável e equilibrada dos recursos transfronteiriços.
Fonte: O país.
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