EUA vão dar à Ucrânia informações secretas sobre alvos energéticos de longo alcance na Rússia
Moscovo já respondeu e diz que esse tipo de troca de informações secretas já acontece há muito
Os Estados Unidos vão dar à Ucrânia informações secretas sobre alvos energéticos de longo alcance na Rússia, avançam a Reuters e o The Wall Street Journal, citando fontes ligadas ao processo. A decisão surge num momento em que Washington avalia se vai enviar para Kiev mísseis que possam ser usados nesses ataques, como os Tomahawk.
Esta decisão representa a primeira mudança política que é conhecida desde que Donald Trump endureceu a sua posição em relação à Rússia nas últimas semanas, perante as dificuldades em impor o fim da guerra, que se arrasta há mais de três anos.
A Rússia já reagiu a esta notícia, alegando que os Estados Unidos e os aliados da NATO já forneciam este tipo de informação à Ucrânia de uma forma regular. “Os Estados Unidos da América transmitem online informações secretas à Ucrânia de uma forma regular”, afirmou o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov.
“É óbvio o fornecimento e a utilização de toda a infraestrutura da NATO e dos Estados Unidos para colher e transmitir informações para os ucranianos”, juntou.
É certo que Washington partilha informações secretas com Kiev há muito. Contudo, segundo o The Wall Street Journal, a partir de agora tornar-se-á mais fácil para a Ucrânia atingir infraestruturas como refinarias, oleodutos e centrais elétricas. O objetivo é claro: privar Moscovo das receitas do petróleo.
O próprio Trump tem pressionado os países europeus para que deixem de comprar petróleo russo. Em troca, acena com sanções severas à Rússia, numa tentativa de esgotar o financiamento da invasão à Ucrânia.
Mísseis a caminho?
Este desenvolvimento na guerra surge numa altura em que os Estados Unidos estão a considerar um pedido da Ucrânia para obter mísseis Tomahawk, que têm um alcance de 2.500 quilómetros. Ou seja, conseguiriam atingir Moscovo, bem como grande parte do lado europeu da Rússia, se disparados a partir da Ucrânia.
Entretanto, a Ucrânia também desenvolveu o seu próprio míssil de longo alcance, o Flamingo. O míssil está em fase inicial de produção, desconhecendo-se por isso que quantidade poderá acabar envolvida no conflito.
Segundo as autoridades americanas citadas pelo The Wall Street Journal, a luz verde para o envio de mais informações secretas aconteceu pouco antes de Trump ter feito uma publicação nas redes sociais, na semana passada, a sugerir que a Ucrânia poderia recuperar “todos” os seus territórios ocupados pela Rússia – que representa uma vincada mudança de posição a favor de Kiev. A publicação aconteceu depois de um novo encontro entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Qual o impacto deste apoio?
Esta é a primeira vez que os Estados Unidos vão dar apoio a ataques ucranianos de longo alcance em território russo contra alvos energéticos.
As receitas produzidas pelo setor da energia continuam a ser a fonte mais importante para o Kremlin financiar os seus esforços de guerra. Além disso, as exportações de petróleo e de gás têm sido um alvo forte das sanções ocidentais.
Trump tem procurado que vários países interrompam as suas compras de petróleo russo, como é o caso da Índia ou da Turquia, que conseguem esta matéria-prima a preço de saldo.
Os ministros das finanças do G7, grupo que reúne as sete maiores economias do mundo, prometeram esta semana que vão aumentar a pressão sobre a Rússia, através daqueles que continuam a ser os seus principais clientes de petróleo.
Fonte: CNN.
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