Revolução nos elétricos de Lisboa devido à tragédia do Elevador da Glória
Presidente da empresa garante respeito pelas recomendações dos peritos
A Carris suspendeu um concurso público para a "remotorização" de 57 elétricos centenários ainda a circular em Lisboa, com o objetivo de aplicar ao caderno de encargos novas regras de segurança.
"Na sequência do acidente do Ascensor da Glória, todos os procedimentos futuros relativos a material circulante do modo elétrico serão reanalisados à luz das conclusões que venham a ser obtidas no âmbito da investigação em curso", declara o presidente da Carris à CNN Portugal.
Numa resposta escrita, Pedro Bogas compromete-se a seguir "as recomendações da Equipa de Missão criada pela Câmara Municipal de Lisboa", que reúne peritos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), do Instituto Superior Técnico (IST) e da Ordem dos Engenheiros.
Essas comissões vão seguramente recomendar uma revolução nos sistemas de travagem, assim como na resistência das carruagens de passageiros a embates. "Os habitáculos de motoristas e passageiros têm de ser invioláveis, em caso de colisão ou capotamento", declarou já Jorge Ambrósio, professor Catedrático da unidade curricular de Biomecânica do Movimento do IST, ao jornal Nascer do Sol. Depois disso, foi escolhido para integrar o Grupo de Missão constituído pela Câmara Municipal de Lisboa para conceber o futuro Elevador da Glória.
Portugal integrou, desde 1991, diversos projetos internacionais de investigação em segurança dos passageiros dos comboios, através do IST e da SOREFAME, fábrica pública de comboios fundada em 1943, privatizada em 1989 e extinta em 2004. Rui Loureiro, que liderou um desses projetos, garante que não será possível proteger devidamente os passageiros conservando as carroçarias antigas. "Aquelas carruagens não foram feitas para bater em lado nenhum, não protegem ninguém", reforça Manuel Cruz, professor jubilado do IST e ex-presidente da SOREFAME e do Instituto de Soldadura e Qualidade.
Fonte: CNN.
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