"Frota fantasma" da Rússia debaixo de olho da NATO por ligações aos drones lançados na Dinamarca
Uma das embarcações navega com a bandeira do Benim, enquanto outra tem origem norueguesa. Em comum têm fortes ligações ao Kremlin
A Dinamarca acredita que três navios com fortes ligações à Rússia poderão ter sido usados como plataformas de lançamento e de apoio para os recentes ataques de drones ao país que levaram ao encerramento do Aeroporto de Copenhaga durante quase quatro horas na noite de 22 de setembro. O ataque, que afetou cerca de 150 voos, foi considerado o mais grave contra a infraestrutura crítica do país, que faz parte da NATO, embora não tenha sido o único - situações semelhantes foram registadas noutras cidades, nomeadamente em Aalborg.
Entre os três navios que estão na mira da polícia dinamarquesa e do Serviço de Segurança e Informações (PET) encontra-se o Astrol 1, um cargueiro sancionado pela União Europeia e que tem realizou manobras suspeitas em Øresund, um dos principais estreitos dinamarqueses, na mesma altura dos ataques ao país.
Também o petroleiro Pushpa, que funciona com a presença da bandeira do Benim, mas que é amplamente associado à conhecida “frota fantasma", e o cargueiro Oslo Carrier 3, de origem norueguesa, mas a navegar com navegação russa e de um proprietário ligado à cidade russa de Kaliningrado, estão sob investigação. Ambos encontravam-se a escassos quilómetros do aeroporto durante o ataque.
Embora as autoridades dinamarquesas considerem que seja difícil comprovar um envolvimento direto entre os navios e os ataques, os meios de comunicação social dinamarqueses revelaram a presença de um navio da Frota Russa do Báltico, o Alexander Shabalin, nas proximidades da ilha de Langeland, a cerca de 70 a 270 quilómetros da área afetada. A embarcação foi fotografada por jornalistas dinamarqueses que suspeitaram o posicionamento da mesma.
O episódio levou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, a classificá-lo como um “ato deliberado de perturbação” e com “semelhanças a incidentes recentes na Polónia, Roménia e Estónia”. Os ataques levaram ainda a uma interrupção temporária do aeroporto de Oslo, na Noruega, país que não faz parte da União Europeia, mas que também pertence à NATO.
Ao mesmo tempo, Volodymyr Zelensky acusou diretamente a “frota sombra” de petroleiros russos de estar a ser utilizada para lançar e controlar drones sobre cidades europeias, pedindo novas sanções contra esta rede paralela de transporte de petróleo, atualmente um dos motores da economia de Moscovo e, por isso, alvo preferencial dos olhos de Kiev.
"É especialmente importante que as sanções afetem duramente o comércio de energia da Rússia e toda a infraestrutura da frota de petroleiros russa", sublinhou o presidente ucraniano. "Esta é mais uma evidência de que o Mar Báltico e outros mares devem ser fechados aos petroleiros russos, pelo menos para a frota paralela."
Numa altura em que ainda não é possível chegar a conclusões definitivas, as autoridades dinamarquesas têm mantido uma vigilância apertada nas zonas de maior movimento marítimo, em colaboração com parceiros internacionais.
Fonte: CNN.
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