Chapo apela à unidade global na sessão da Assembleia-Geral da ONU

 O Presidente da República, Daniel Chapo, fez a sua estreia na 80ª Sessão da Assembleia-Geral  das Nações Unidas em Nova Iorque, onde defendeu o fortalecimento do multilateralismo, a reforma do Conselho  de Segurança da ONU e o papel de África como um actor  indispensável na ordem global. 

Comemorando o cinquentenário da independência de Moçambique  e dos 80 anos da ONU, o Chefe do Estado destacou a necessidade de  uma abordagem conjunta para enfrentar desafios como conflitos,  crise climática e desigualdades, sublinhando que “somos povos  distintos, mas partilhamos a mesma terra”.

Na tribuna global, Daniel Chapo salientou a necessidade de  uma reforma urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas,  afirmando que “qualquer esforço de reforma que vise torná-la mais  ajustada e com maior capacidade para dar resposta às realidades  contemporâneas só será completo quando incluir de forma  inequívoca a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.  

O estadista moçambicano também abordou a multiplicação de  conflitos e o “crescente sentimento de impunidade” no mundo,  alertando que a promessa da Carta da ONU de salvar as futuras  gerações do flagelo da guerra “continua por cumprir”. O líder  moçambicano apontou para a fragilidade do multilateralismo, com  guerras a proliferar, a crise climática a agravar-se, o aumento das  dívidas e o “regresso do espectro nuclear”. 

O governante não deixou de fora as novas tecnologias, em especial a  Inteligência Artificial (IA). Reconhecendo as oportunidades que a IA e  as tecnologias emergentes oferecem, o estadista moçambicano alertou para os riscos de “exclusão, manipulação da sociedade e até  da militarização através de armas autónomas”. Neste sentido,  defendeu uma “diplomacia tecnológica e climática” para regular os  riscos e democratizar os benefícios, através de uma “verdadeira  transferência e partilha de conhecimento e tecnologias”. 

Em termos de política interna, Chapo afirmou que a sua presença  na ONU é “o resultado de um processo de escolha livre e transparente  do povo moçambicano”. O Presidente da República sublinhou o  compromisso do seu governo com a consolidação de um sistema  democrático “robusto”, a realização de “eleições regulares e  transparentes” e a promoção de um “diálogo nacional inclusivo”, cuja  fase de auscultação pública foi lançada a 10 de Setembro. 

O Chefe do Estado destacou as conquistas de Moçambique como  membro não permanente do Conselho de Segurança, incluindo a  promoção de uma declaração presidencial sobre o papel de África  nos assuntos globais e a contribuição para a Resolução 1729-2023.  Estes marcos, segundo ele, demonstram que África não é apenas uma  beneficiária, mas um “actor indispensável na sua reforma e  revitalização”. 

O líder moçambicano reiterou o apoio do país à solução para o  conflito entre a Palestina e Israel, e expressou oposição a “medidas  coercitivas unilaterais que continuam a punir povos inteiros, de Cuba à  Venezuela, do Zimbabwe a outros países”.

Fonte: O País.



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